“A Arena MRV tem acessibilidade em todos os setores”. A frase é do arquiteto responsável pela construção do novo estádio do Clube Atlético Mineiro, Bernardo Farkasvölgyi, e responde a questionamento da Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor feito em visita técnica, nesta quarta-feira (11/5), ao canteiro de obras do estádio no Bairro Califórnia. Com o objetivo de fiscalizar o cumprimento do direito à acessibilidade no estádio para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, o vereador Irlan Melo (Patri) pôde ouvir os responsáveis pelo projeto, conferir o andamento das obras e uma maquete da arena. O projeto de acessibilidade prevê rampas com largura e inclinação adequadas, banheiros adaptados, acesso fácil para carrega bateria de cadeira motorizada e local onde o cadeirante possa assistir à partida sem que outras pessoas fiquem em pé à sua frente, além de intervenções no entorno da arena. A entrega das obras está prevista para o final deste ano, mas a inauguração da Arena MRV ocorrerá em 25 de março de 2023, quando o Atlético completará 115 anos. Foi acordado com o parlamentar que outra visita será feita em fase mais adiantada dos trabalhos.
Segundo Irlan Melo, um dos objetivos da visita foi conferir se o cadeirante ou portador de alguma dificuldade de locomoção conseguirá assistir ao jogo de forma plena, com acesso a todos os setores do estádio. O parlamentar também questionou se o estádio atende a itens como carregador de bateria de cadeira motorizada próximo ao local em que é possível assistir ao jogo. O vereador deu como exemplo a Arena Independência, que atende ao quesito, mas destacou que o Mineirão não, pois o carregador fica longe do local onde se vê as partidas.
‘ contou com a companhia da assessoria do vereador Walter Tosta (PL) e representantes da PBH, entre eles, Leonardo Castro, subsecretário municipal de Relações Institucionais; Raphael Domingos, chefe de gabinete da Coordenadoria Regional Noroeste; e Thiago Alves, subsecretário de Direitos e Cidadania, além dos responsáveis pela obra.
Em atendimento à legislação
Durante a visita, Bernardo Farkasvölgyi, arquiteto da obra, disse que além de atender à legislação sobre acessibilidade (Lei 13.146/2025), foram tomadas medidas extras para que o cadeirante não ficasse atrás das pessoas em pé e impossibilitado de assistir ao jogo. “Estudamos arenas no mundo inteiro tendo como foco principal a acessibilidade. A Arena MRV tem acessibilidade em todos os setores, inclusive no camarote. Toda a circulação vertical é por rampa com 5m de largura e inclinação baixa (5%). Tive muito prazer em fazer este projeto. Somos todos iguais, não há diferença”, afirmou Bernardo, destacando que além dos parâmetros legais, alguns banheiros para pessoas com deficiência são ainda maiores, com bancada de troca.
A equipe de projeto arquitetônico da Farkasvölgyi Arquitetura também enumerou detalhes que atendem à acessibilidade e facilitam o acesso a torcedores, jogadores, jornalistas, cadeirantes, idosos, obesos, grávidas, deficientes visuais, autistas e pessoas com baixa estatura. Um dos exemplos são os banheiros masculinos e femininos, que, com portas largas e sem visibilidade para o interior, tem dois a três sanitários para pessoas com dificuldade de locomoção. Em toda a Arena foram também aplicadas diretrizes de acesso universal, oferecendo sempre dois meios combinados, como elevador e rampa.
O projeto do estádio
A Arena MRV terá calçadas de 4 metros de largura, calçadas rebaixadas e alargamento das vias do entorno, além de uma passagem elevada do caminho até o metrô, sem cruzamento de veículos. Todas as entradas para os três níveis de arquibancada têm acesso para uma das ruas que circundam o estádio. Segundo os responsáveis pela obra, os detalhes da construção foram pensados para que pessoas com mobilidade reduzida em geral possam se deslocar junto com suas famílias. Além do cumprimento da legislação, foram consultados o Instituto Mano Down (instituição sem fins lucrativos que tem como meta promover a inclusão e a autonomia de pessoas com síndrome de Down e outras deficiências), torcedores com dificuldade de locomoção, e os Ministérios Públicos Estadual e Federal, que acompanharam o processo.
Klauss Oliveira, coordenador de projeto arquitetônico, explicou que em cada um dos quatro setores da Arena MRV foram colocadas duas plataformas de visão para os cadeirantes, de maneira a assegurar que as pessoas que estiverem de pé, abaixo, não interfiram na visão do jogo. Klauss explicou também que o acesso aos banheiros teve como referência a Arena de Atlanta, sem degrau, com portas largas, banheiro grande e acesso protegido.
A Arena MRV tem estrutura para atender cerca de 46 mil pessoas em dias de jogo e 60 mil em dias de shows. Tem 21 elevadores grandes, que comportam 16 a 23 pessoas, e 2.300 vagas de estacionamento. A obra conta com a presença de 890 trabalhadores diariamente, número que pode aumentar para mil conforme a demanda de trabalho.
A Arena MRV tem estrutura para atender cerca de 46 mil pessoas em dias de jogo e 60 mil em dias de shows. Tem 21 elevadores grandes, que comportam 16 a 23 pessoas, e 2.300 vagas de estacionamento. A obra conta com a presença de 890 trabalhadores diariamente, número que pode aumentar para mil conforme a demanda de trabalho.
A Racional Engenharia, responsável pela construção, informou que, quando estiver pronta, a arena multiuso terá 26 mil m² de área verde, 34 mil m² de esplanada, 68 camarotes e 42 bares. Atualmente estão sendo feitas a finalização do concreto, instalação de drywall e nivelamento de parte do terreno do campo. Cerca de 40% da alvenaria está concluída e, com a finalização, os acessos ao campo permanecerão largos, comportando a entrada de caminhões com facilidade.
Via: Câmara Municipal de Belo Horizonte
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