O secretário municipal de Saúde, Jackson Pinto, anunciou nesta quarta-feira (13), em entrevista à TV Globo, que vai usar mais uma ferramenta para entender o comportamento do coronavírus em Belo Horizonte. A previsão é que 8 mil pessoas sejam testadas para identificar quem já teve contato com o vírus. O monitoramento é chamado de Inquérito Sorológico e deve durar por 45 dias.
“Vamos testar o dobro do que a Coreia do Sul testou inteira, que é um dos maiores testadores do mundo, vamos pegar aleatoriamente as pessoas e vamos testar a cada 15 dias para detectar a presença de anticorpos e saber quantos já tiveram contato com o vírus. Por exemplo, quando 70% já tiverem tido, isso significa que a pandemia está sob controle ou está próxima de desaparecer”, disse o secretário.
O secretário havia informado que a testagem começaria a partir desta quinta-feira (14), mas, procurada, a Secretaria Municipal de Saúde negou a data e informou apenas que “o método já está em análise pela Comissão de Ética e Pesquisa da Prefeitura de Belo Horizonte”.
Fator de transmissão
Os números de contaminados pelo novo coronavírus são atualizados diariamente e são esses dados que ajudam as autoridades de saúde a planejar o enfrentamento à pandemia. Um índice conhecido como Fator de Transmissão ou R0 mede a velocidade de contaminação pelo vírus e, na capital, segundo o secretário, essa taxa está em 1,05. Isso significa que alguém com o coronavírus pode contaminar pelo menos mais uma pessoa. O índice é baseado no número de testes positivos para a Covid-19.
Em BH, um infectado transmite Covid-19 para mais uma pessoa
No dia 8 de maio houve uma liberação de que mais 200 resultados de exame pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e isso fez com que o R0 desse um pico pra cima, mas como isso é um dado isolado, ele entrou na média.
“Ou seja, o vírus está caminhando, dentro da população, abaixo da necessidade de ocupação dos nossos leitos hospitalares o que é desejável”, completou o secretário.
Como não há teste pra Covid-19 para todo mundo, os números podem ser ainda maiores. Há contaminações que nem entram para os dados oficiais.
Enquanto não há vacina e medicação pra a doença, o caminho é buscar outras medidas. É por isso que, segundo especialistas, o isolamento social, o distanciamento, o uso de máscara e a higienização das mãos são importantes.
No caso do isolamento social, quando a pessoa contaminada não se encontra com outras pessoas, a cadeia de transmissão é quebrada. Em BH, assim que o isolamento começou, os resultados foram positivos, segundo o infectologista Unaí Tupinambás. “Com esse isolamento, que a gente acha que é razoável, a gente diminuiu a transmissão e evitou o que está acontecendo em outras cidades”, concluiu.
Fonte: G1
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