Além do acolhimento institucional e cuidado social oferecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte aos atingidos pelas chuvas, as crianças e adolescentes que foram abrigadas em pousadas terão acesso a um espaço de ensino com várias atividades educacionais.
Trata-se do Centro de Línguas, Linguagens, Inovação e Criatividade (Clic), recém-inaugurado no 3ª andar do prédio da Secretaria Municipal de Educação, na rua Carangola, 288, no bairro Santo Antônio. As atividades começaram a ser oferecidas nesta sexta-feira, dia 31.
A secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben, informou que a medida é uma forma de amenizar as lembranças dos momentos estressantes vividos pelas crianças nos últimos dias.
“As famílias que estão em abrigos passaram por momentos de tensão, e para os pequenos é mais impactante, porque eles deixaram suas casas, seus brinquedos, e nós queremos amenizar a mudança na rotina dessas crianças”, ressaltou a secretária.
Um formulário de autorização será distribuído para as famílias. “Nós montamos uma equipe qualificada e multidisciplinar para realizar o trabalho de levantamento do perfil dessas crianças e adolescentes e fizemos reuniões com as famílias, para elaboramos a metodologia mais atraente possível de atividades inovadoras, lúdicas e criativas para eles”, contou o secretário adjunto de Educação, Marcos Evangelista
Além das atividades com computadores, brincadeiras, música, artes e um mundo de cores e distrações, as crianças terão à disposição o transporte e cinco refeições por dia, elaboradas por nutricionistas da Prefeitura. As crianças deixarão as pousadas às 7h30 e voltarão às 17h30 – em transporte disponibilizado pela Prefeitura.
A secretária Ângela Dalben observa que as ações da Prefeitura não passam apenas pela obrigação legal do município. “Além do compromisso sério do prefeito com a cidade, com os cidadãos, com os trabalhadores, e com os desabrigados pelas chuvas dos últimos dias, das respostas rápidas, temos que destacar a união de todos os servidores que estão trabalhando 24 horas por dia para tornar o enfrentamento desse fenômeno menos doloroso. Também é preciso lembrar que essas crianças abrigadas são estudantes da rede pública e, portanto, nossas obrigações e vínculo com elas não podem ser interrompidas pela tragédia”.
Laiza Aparecida Honório, de 13 anos, foi uma das adolescentes a participar das atividades no Clic nesta sexta-feira. “É muito melhor fica aqui do que na pousada o dia inteiro sem fazer nada. Eu até fiz novos amigos e criamos dois times de futebol pra jogar na quadra. Aqui é tudo diferente e ajuda muito a esquecer do tumulto, porque minha casa está no barranco e a gente teve que sair por causa da chuva. Aqui a gente distrai fazendo coisa diferente e relaxa um pouco”, contou a estudante da 8ª série.
Moradora do Morro do Papagaio, Maria Kémilly,de 7 anos, gostou de ver filme e mexer no computador, além de tocar piano. “Lá no abrigo eu ficava só pensando quando os móveis estavam afundando e o barranco caindo. E eu não gostei disso”, lamentou. Gustavo Rodrigues, de 10 anos, fez côro: “Achei muito legal, lá na pousada estava muito chato, não tem nada de criança. Aqui eu gostei de tudo, mas o que mais gosto é o computador”.
Espaço de Ensino
O Centro de Línguas, Linguagens, Inovação e Criatividade (Clic) conta com 14 salas de aprendizagem, além dos espaços pedagógicos: cozinha experimental; estúdio para produção audiovisual; gestão da aprendizagem; laboratório de interdisciplinaridade; laboratório de línguas; rádioweb, e anfiteatro com 60 assentos. O Clic também é equipado com 10 televisores, 50 computadores, oito flip charts e outros dispositivos tecnológicos.
Fonte: PBH
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