Sempre costumo dizer que uma cidade acessível é uma cidade boa para todos. Descobri que pensar em acessibilidade vai além de adaptar espaços para que pessoas com deficiência sejam capazes de utilizá-los. Já ouviu falar no conceito de Desenho Universal? Minha forma de ver o mundo e os investimentos feitos para as PCDs mudou e desejo compartilhar essa nova perspectiva com você.
O mundo evoluiu e as noções de que as pessoas com deficiência precisavam de mais autonomia ganhou espaço em nossa sociedade. Trabalhos de conscientização, leis e projetos fixaram e garantiram direitos a elas, entretanto, nos espaços públicos começamos a ver “remendos” e adaptações feitas às pressas para se evitar punições e cumprir as regras. Mas será que as pessoas com deficiência se sentiram de fato incluídas? E se as mudanças foram boas, foram somente para elas?
O conceito de Desenho Universal desenvolveu-se entre profissionais de arquitetura dos EUA, ao utilizarem o termo para definir um projeto de produtos e ambientes que pudessem ser utilizado por todos, sem a necessidade de adaptação. O Desenho Universal democratiza os espaços, pois assegura que qualquer ambiente ou produto seja manipulado e usado, independentemente do tamanho, da postura, idade ou mobilidade das pessoas.
Muito mais que desejar uma cidade adaptada, sonho com uma cidade boa para todo e qualquer cidadão e que cada projeto, produto ou serviço, seja planejado pensando-se em todos e não somente em parcelas.
Desde o início do nosso trabalho na Câmara Municipal de Belo Horizonte, tenho trabalhado pela inclusão. Além de várias visitas técnicas, realizamos cinco seminários abertos à ampla participação popular, onde foram debatidos assuntos ligados aos direitos das pessoas com deficiência e uma série de visitas em que buscamos entender e propor medidas para as questões de acessibilidade em escolas municipais, áreas públicas e espaços que atraem grande público, como os estádios de futebol. Esses seminários contribuíram para aprovação do nosso projeto 367/2017, para a Lei Municipal de Inclusão, que é um grande avanço para a cidade.
Em todas as fiscalizações que realizamos, sempre sugeri não simplesmente adaptações, mas melhorias que beneficiassem todos, com base no Desenho Universal. Continuaremos trabalhando por uma cidade que todos possam chamar de lar pelo fato de cada parte ser elaborada pensando em pessoas e suas particularidades. BH precisa ser uma cidade boa para todos.
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