Minas tem mar – Infelizmente

Minas tem mar

Desde pequeno eu sempre ouvir falar que Minas Gerais não tem mar, porém, em compensação, a sua natureza é uma das paisagens mais lindas e admiradas de nosso país.

Um Estado onde as montanhas abraçam seu povo onde há um céu tão azul sempre aberto que sorri ao som das cachoeiras.

Um Estado que cheira a mato que faz salivar pelos sabores de sua culinária inigualável e de causo em causo se tecem as estradas reais.

Um lugar que indubitavelmente é um berço de grandes personalidades, e estas, por sua vez, conquistaram o mundo fazendo história. 

De Minas para o mundo

Hoje posso afirmar portanto que Minas Gerais tem mar! De Minas para Mundo, este mar conhecido se tornou, mas não é um mar qualquer, é um mar de lama.

Dessa vez trazido por um tsunami de rejeitos da Vale que dizimou povoados de Brumadinho devastando nossa gente nosso verde e a nossa alegria. O Brasil logo, está de luto, chora com uma ferida aberta e que não é de agora.

Há pouco tempo, Mariana foi devastada pelo mar de lama, dos rejeitos da Samarco, e os responsáveis permanecem impunes. Nós – os mineiros –não aspiramos esse mar, ninguém o quer!

O céu das nossas Minas Gerais está nublado, a vida por aqui perdeu a cor e o sabor. Esperamos portanto que a justiça seja feita, pois afinal não se constitui um fato natural, foi crime e os responsáveis precisam responder por isso.

Minas chora

Foram inúmeras vidas ceifadas, a nossa gente soterrada. A Vale, que se propunha oferecer oportunidades, a ambição a fez um vale de tragédias, de lamentos e de dores.

Não se pode trazer uma vida de volta, dinheiro nunca será o suficiente, a morte poderia ter sido evitada, se não houvesse negligência e ganância de empresários, políticos e fiscais que só pensam com avareza nos seus próprios benefícios financeiros. 

Em conclusão é inestimável o valor de uma vida, ainda que alguns a façam desVALEr.

Estamos cansados de tanta exploração afinal roubam nossas maiores riquezas que são o nosso povo nossa natureza e a nossa alegria.

Os brumadinhenses se sentem estrangeiros em terra nativa, pois afinal não sobrou nada, assim dessa forma será contado na história. Pois as pessoas salvas perderam um vizinho, ou um parente, ou um amigo ou perderam todos estes.

Quero deixar registrado portanto nesse momento, meus profundos sentimentos, peço a Deus em oração que console as famílias das vítimas. Se sintam abraçados, estamos lutando com vocês.


(*) Escrito em juntamente com Juliana Nunes
 

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