Kalil anuncia que não vai ampliar a reabertura do comércio em BH na próxima semana

A reabertura do comércio começou na última segunda-feira (25). A segunda fase estava prevista para acontecer no próximo dia 2, mas aceleração de contágio no estado fez com que a prefeitura decidisse suspender a continuidade da reabertura.

A situação na grande BH e no estado é de grande gravidade”, disse o prefeito Alexandre Kalil (PSD) durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (29), para justificar que não vai ampliar a flexibilização do isolamento social em Belo Horizonte. “Nós temos notícias assustadoras do interior, que não tem culpado, que é o sistema estadual sucateado há anos”, disse para justificar a não ampliação da reabertura do comércio na cidade. 

A flexibilização, que começou na segunda-feira (25), aconteceria em quatro etapas. A primeira delas, permitiu a reabertura de lojas de brinquedos, salões de beleza, comércio varejista de cama mesa e banho, shoppings populares. 

A segunda etapa estava prevista para a próxima segunda-feira (2), mas a possibilidade acabou sendo vetada, segundo a prefeitura, por causa da situação da pandemia no estado. Alexandre Kalil disse que, “apesar de a cidade estar com 76% da vida normal em andamento, nós estamos muito assutados”. E voltou a falar que as medidas serão tomadas com base em estudos feitos pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19. 

“A boa notícia é que o bom senso junto com a ciência nós vamos dar mais uma semana para os acontecimentos da cidade”, falou. “Deus queira que na semana que vem eu não tenha que anunciar o lockdown“, completou. 

O infectologista que faz parte do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte enfatizou que cidades como Ribeirão das Neves, Contagem, Nova Lima, Divinópolis, Mariana e Itabira, estão com “epidemia em franca ascensão”. 

“Não chegamos no pico e muito provavelmente, não estamos nem próximo. A situação ainda deve piorar nas próximas semanas”, enfatizou o médico, ao mencionar a situação no Brasil e em Minas. 

Ele disse que será necessário “pisar no freio” para analisar, a partir da próxima semana, os impactos na capital e decidir, ou não, pela retomada do processo de reabertura do comércio na capital. E enfatizou que a reabertura na segunda-feira (25) ainda não gerou impactos mensuráveis na transmissão do vírus. 

“Nós ainda estamos em situação estável, mas em alerta, o que impede de prosseguir com processo de flexibilização”, afirmou. 

O secretário de Saúde Jackson Machado enfatizou a importância de se manter as medidas de higiene e de isolamento social. “Nós vamos ter que adquirir novos hábitos de vida pelos próximos dois anos, no nosso convívio social, de usar máscara e distanciamento social. Nos próximos dois anos, teremos que continuar com as medidas de prevenção. Nossa vida não será jamais como antes da pandemia”, falou. 

Para flexibilizar, segundo Jackson Machado, foram levadas em consideração todas as atividades e setores, número de pessoas empregadas, de pessoas que iriam para rua, associada ao risco sanitário que cada atividade.

Fonte: G1