O vereador Irlan Melo (PL) afirmou, em Plenário, nesta quinta-feira (5/9), que Belo Horizonte corre o risco de desabastecimento hídrico no ano que vem caso não haja antecipação da entrega de uma nova fonte de captação de água, a ser custeada pela Vale. De acordo com o parlamentar, a mineradora mente ao afirmar que as obras para a construção de um novo sistema de captação já teriam sido iniciadas.
Como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Barragens, o vereador Irlan Melo recomendou o indiciamento da Vale e, em Plenário, afirmou que a empresa mente quando afirma que já iniciou as obras de uma nova fonte de captação de água no Rio Paraopeba, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com ele, há previsão de que as obras comecem em outubro. Irlan também afirmou discordar do prazo limite para entrega das obras: setembro de 2020. Segundo o parlamentar, caso a captação de água em um novo ponto do rio não seja iniciada até março do ano que vem, Belo Horizonte corre o risco de ter que conviver com o desabastecimento hídrico. O vereador classificou as obras como emergenciais e pediu que a Vale seja pressionada a antecipar a entrega da nova fonte de captação para o primeiro trimestre de 2020.
Irlan Melo também explicou que, na última quarta-feira (4/9), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) autorizou a captação de água em um novo ponto do Rio Paraopeba, acima do trecho do rio impactado pelos rejeitos que vazaram da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, de propriedade da mineradora Vale. A barragem, localizada no município de Brumadinho, se rompeu em 25 de janeiro deste ano. Irlan Melo classifica o acontecimento como crime.
CPI das Barragens
O relatório final da CPI das Barragens, além de ter recomendado ao Ministério Público o indiciamento da empresa Vale S. A., solicitou sua responsabilização por dano ao erário, com pagamento de multa e indenização ao Estado de Minas Gerais e ao Município de Belo Horizonte pela perda e inutilização da obra de captação de água a fio no leito do Rio Paraopeba e pela atual situação de vulnerabilidade e risco de desabastecimento hídrico de Belo Horizonte, considerando, ainda, o dano moral coletivo ambiental.
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